domingo, 15 de dezembro de 2013

Existem muitos problemas que impedem que a educação inclusiva atinja o objetivo desejado, um deles é o despreparo dos professores.

Existem muitos problemas que impedem que a educação inclusiva atinja o objetivo desejado, um deles é o despreparo dos professores.




A educação inclusiva gratuita é um direito de todos os portadores de necessidades especiais.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), no 9.394/96 (Brasil, 1996), no Capítulo III, art. 4º, inciso III, diz que é dever do Estado garantir o “atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino”.

Inclusive, o capítulo 5 da LDB 9.394/96 trata somente de aspectos referentes à Educação Especial. Entre os pontos especificados, o art. 58. § 1º diz que, sempre que for necessário, haverá serviços de apoio especializado para atender às necessidades peculiares de cada aluno portador de necessidades especiais. Por exemplo, em uma classe regular com inclusão pode haver um aluno surdo que necessite de um professor de apoio que saiba LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) para auxiliá-lo em todas as disciplinas.

É necessário um professor de apoio para cada aluno com necessidade especial.

Atualmente, já se tornou uma realidade nas redes públicas de ensino, alunos com necessidades especiais frequentarem a escola em salas de aula com inclusão. Isso é importante para que, “independentemente do tipo de deficiência e do grau de comprometimento, possam se desenvolver social e intelectualmente na classe regular” (BENITE, BENITE, PEREIRA, 2011, p. 48).
Isso com certeza é um avanço em relação ao passado, quando um jovem portador de necessidades especiais era excluído da sociedade, sendo mantido somente dentro de sua casa; além de não receber nenhum tipo de educação e de não participar de contatos ou atividades sociais, muitas vezes sendo até mesmo maltratado.

Entretanto, para que a inclusão de fato se concretize, é necessário que os professores estejam preparados para lidar com esse tipo de situação. O art. 59, inciso III, diz que os sistemas de ensino devem assegurar aos educandos com necessidades especiais “professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns” (Brasil, 1996, p. 44).

Porém, não é isso que é verificado na realidade. Silva e Retondo (2008) citam Bueno (1999), dizendo que:

“de um lado, os professores do ensino regular não possuem preparo mínimo para trabalhar com crianças que apresentem deficiências evidentes e, por outro, grande parte dos professores do ensino especial tem muito pouco a contribuir com o trabalho pedagógico desenvolvido no ensino regular, na medida em que têm calcado e construído sua competência nas dificuldades específicas do alunado que atendem” (SILVA e RETONDO, 2008, p. 28).

Por isso, torna-se urgente que os alunos de Pedagogia, de Psicologia, das demais licenciaturas e todos os outros profissionais que terão contato com os alunos portadores de necessidades especiais, recebam em sua formação esse preparo. É necessário que todos fiquem “atentos para propostas pedagógicas que auxiliem os docentes no melhoramento de suas concepções e fazeres escolares” (SILVEIRA e SOUZA, 2011, p. 37).

Os professores enfrentam dificuldades não só em transmitir para esses alunos as disciplinas específicas em suas áreas de formação, mas falta também o próprio conhecimento “para lidar com a língua brasileira de sinais (libras) e com a presença de intérpretes em suas aulas” (SILVEIRA e SOUZA, 2011, p. 38).

Isso se torna ainda mais complicado quando se trata de professores de ciências, como a Química, pois enfrentam grandes dificuldades em lidar com a construção do conhecimento científico voltado para esse grupo específico. Por exemplo, os alunos surdos sofrem muito com essa questão, porque a Química contém uma linguagem específica, que muitas vezes não tem como ser traduzida para LIBRAS, dificultando, assim, a construção do conhecimento.
Segundo Silveira e Souza (2011, p.38), o resultado é que mesmo estando em sala de aula, muitos alunos com necessidades especiais acabam sendo apartados ou excluídos – ocorre um distanciamento deles, que não conseguem dar continuidade aos estudos. 

Se existirem profissionais capacitados para realizar a educação inclusiva, o educando com necessidades especiais receberá o devido apoio para prosseguir em seus estudos e carreira profissional.

Além dos professores que não são bem preparados, as próprias instituições de ensino não contam com recursos físicos e didáticos que visam atender às necessidades desses alunos. Por exemplo, alunos cegos necessitam de todos os livros didáticos em Braile, cadeirantes precisam que a estrutura física da escola esteja preparada para recebê-los, tendo, por exemplo, rampas, corrimãos, banheiros adaptados, entre outros aspectos. Infelizmente, não é isso que se vê em muitas escolas da rede pública, principalmente em escolas mais afastadas do centro urbano, que carecem de condições mínimas para continuarem funcionando.

Focalizando, porém, no educador, existem cada vez mais pesquisas pautadas nessa formação dos professores voltada para a educação inclusiva. Uma atividade que pode ajudar durante essa formação é “estabelecer uma via de comunicação com instituições e escolas que trabalham com alunos com necessidades educacionais especiais” (SILVA e RETONDO, 2008, p. 28).

A elaboração de vários projetos pode ser de auxílio nesse sentido, bem como a inclusão da disciplina Aspectos éticos-políticos-educacionais da normalização e integração da pessoa portadora de necessidades especiais, nos cursos de graduação citados, conforme a indicação do  Ministério da Educação,  portaria 1.793/94 (Brasil, 1994).

A educação inclusiva no Brasil ainda está em seu estado embrionário, e sabemos que o apoio e o investimento dos governos são necessários. Todavia, esperamos que o contínuo aprimoramento de projetos nesse sentido, tanto na formação, como na formação continuada de professores, com o tempo sane ou pelo menos minimize os pontos decadentes do atendimento aos portadores de necessidades especiais. 


Por Jennifer Fogaça

Educação escolar na perspectiva da educação inclusiva

Educação escolar na perspectiva da educação inclusiva




A educação escolar brasileira, a partir da legislação vigente, configura-se como direito de todos os cidadãos, fundamentado no paradigma da inclusão e na equidade de oportunidades de acesso, permanência e sucesso escolares. Este discurso legal apresenta-se com o objetivo de romper com uma longa trajetória de exclusão das pessoas consideradas diferentes no ambiente escolar.
Durante longa data, a escola pública foi palco de formação de crianças e jovens das classes elitizadas considerados normais, assegurando os saberes nesse patamar social e mantendo o status quo estabelecido. 

Recentemente, com a efetivação do estado de direitos, da democracia como forma de governança e da cidadania como meio de reconhecimento das diferenças e de participação social, modificaram-se as determinações legais, as quais promoveram a democratização da educação e a universalização do acesso ao ensino público a todos com idade escolar obrigatória. Tal contexto, motivado pelas transformações sociais e políticas globalizadas e liquefeitas, iniciadas na década de 1990, que ensejaram a substituição do modelo de sociedade disciplinar para as de controle, implicou em processos de regulação e distinção de alunos, provenientes da sociedade biopolítica.

Como forma de governamento e regulação, o Estado instituiu a normatização como critério de julgamento e princípio de regência das práticas sociais e pedagógicas, possibilitando por decorrência o discernimento do que se diferencia da norma e a divisão inclusão/exclusão, o que corrobora a existência de micro poderes no cotidiano escolar.

Compreende-se, então, porque a educação em nosso país se apresenta como um modelo escolar dualista: escola para a elite categorizada como normal, com qualidade socialmente reconhecida; escola para os demais, com qualidade naturalmente questionável. A evasão e o fracasso escolares justificam-se pela segregação natural que reproduz a sociedade capitalista, da qual muitos são excluídos.

Em dissonância à legislação vigente, a educação institucionalizada não se estruturou a ponto de garantir a permanência de todo aluno na escola com sucesso, limitando-se a promover continuidade aos níveis mais elevados de ensino, ratificando a regulação da vida das populações como recurso para o capitalismo emergente. A educação inclusiva não se efetivou como política pública de acesso universal à educação, permanecendo no decorrer dos tempos como concepção de política especial para tratar da inclusão escolar de pessoas com deficiência. 

O grande desafio da educação escolar na perspectiva da educação inclusiva é criar possibilidades de rompimento com os monopólios de interpretação do modelo inclusão/exclusão, de forma a produzir subjetividades potencializadas. Estudos foucaultianos afirmam ser as práticas pedagógicas produtoras de pessoas, na medida em que, pela mediação da relação, modificam a experiência que os indivíduos têm de si mesmos, constituindo-os. Assim, vislumbram-se outras atitudes dos educadores quanto à experimentação, ao acolhimento, à aceitação, ao desenvolvimento de ações educativas considerando a diferença dos alunos em suas experiências, suas necessidades, crenças, valores e saberes, afirmando a singularidade de cada um, a fim de que possam desenvolver sua inserção social como sujeito histórico ativo, construtor de sua história e co-construtor de histórias coletivas. Essa prática pedagógica, talvez, possa ser uma linha de fuga (Gilles Deleuze) para a conquista da educação inclusiva, resistindo à subjetivação do sujeito e acreditando num devir descolonizado. 

A educação inclusiva requer aceitação das diferenças do outro, o que demanda desprendimento e compromisso no combate à alteridade silenciada, visto que vivemos numa sociedade cujas características marcantes são o sucesso, a eficiência, a eficácia, que movem cada pessoa para o campo da individualidade e da competitividade. 

Faz-se necessário, por meio de uma pretensa revolução cultural do dizível e do visível (discurso e prática pedagógica), a inclusão escolar de todos e cada um, para que cada sujeito se constitua conscientemente enquanto sujeito de direitos e faça valer a legislação vigente. Somente uma educação escolar comprometida com todos, com práticas pedagógicas descolonizadas, voltadas para as experiências de cada um, trará condições de maior participação sociopolítica, promovendo a libertação da opressão, a igualdade de oportunidades e a cidadania a cada sujeito social, independentemente de quem seja cada um. Esse processo revelará, concretamente, a importância do sentido e da significância com a qual visamos atribuir à educação escolar na perspectiva da educação inclusiva para um mundo melhor.


Cláudia Milaré de Toledo Lusivo

Educação Especial Inclusiva



Educação Especial Inclusiva




"Deus me dê a paciência de me conformar com as coisas que não posso alterar, me dê a coragem de alterar as coisas que posso, e me dê a sabedoria de distinguir entre umas e outras" (Christoph F. Oetinger).

Muito se fala em Educação Especial Inclusiva, mas nem sempre temos uma noção correta a seu respeito. Julgamos bastante apropriado o seguinte conceito de Educação Especial: "Conjunto de medidas e recursos (humanos e materiais) que a administração educativa coloca à disposição dos alunos com necessidades educativas especiais: pessoas com algum tipo de défice, carência, disfunção ou incapacidade física, psíquica ou sensorial, que lhes impeça um adequado desenvolvimento e adaptação" (Ezequiel Ander-Egg, 1997).

A Educação Especial engloba uma imensa diversidade de necessidades educativas especiais, assim como uma equipe multidisciplinar, composta pelos mais diversos profissionais e especialistas. Seu objetivo principal é promover uma melhor qualidade de vida àqueles que, por algum motivo, necessitam de um atendimento mais adequado à sua realidade física, mental, sensorial e social.

Seus destinatários são todas as pessoas que precisam de métodos, recursos e procedimentos especiais durante o seu processo de ensino-aprendizagem.

A Educação Especial deve ser vista no contexto da Educação Geral, ou seja, o portador de necessidades especiais deve ser atendido no mesmo ambiente que o não-portador. A esta tendência contemporânea chamamos de Educação Inclusiva, uma vez que o portador de necessidades especiais é inserido em classes regulares de ensino, sendo tão digno e merecedor da educação como qualquer outra pessoa.

Numa sociedade tão preconceituosa e discriminadora como a nossa, muitos pais de alunos ditos normais são contrários a esta inclusão Também alguns professores, coordenadores, diretores e funcionários, desinformados ou pouco esclarecidos, oferecem resistência a estas tentativas. Mas, mesmo assim, várias, e com muito êxito, têm sido as experiências de inclusão de alunos portadores de necessidades educativas especiais nas classes e/ou escolas regulares. Precisamos ensinar à sociedade, de uma maneira geral, que as pessoas antes de serem portadoras de necessidades educativas especiais são seres humanos capazes e dotados de inúmeras possibilidades, com um grande potencial a ser trabalhado. Nada justifica o seu isolamento do convívio com outras pessoas, seja dentro ou fora da escola.

A inclusão deve ser cuidadosa e racional, pois uma precipitação pode provocar mais frustração do que satisfação ao portador de necessidade especial, que precisa ter condições mínimas para se adaptar a certas realidades. Por exemplo: numa escola com vários andares, tendo apenas escadas, sem rampas ou elevadores, não seria interessante colocar um portador de paraplegia, que só se locomove em cadeiras de rodas, para estudar numa classe regular que utiliza uma sala no quarto andar da escola. Como seria o seu acesso à sala de aula? Atenção e cautela só tendem a nos ajudar a tomar decisões sábias e positivas.

Eis algumas modalidades de atendimento em Educação Especial: Escola Regular, Classe Regular, Escola Especial, Classe Especial, Ensino Domiciliar, Classe Hospitalar, Escola Hospitalar, Escola Profissionalizante, Empresa-Escola. Cada realidade requer um tipo de modalidade de atendimento diferente. Por exemplo, um aluno portador de doença renal, necessitando de diálise, três vezes por semana, num hospital distante de sua residência. Por dificuldades financeiras para se deslocar, consegue residir por um tempo no próprio hospital. Logo, participa de uma classe hospitalar existente no mesmo. A necessidade de diálise e de residir no próprio hospital torna-se uma necessidade educativa especial, cuja modalidade é a classe hospitalar.

Em prol de um mundo melhor e uma sociedade mais democrática lutemos por uma Educação Especial e Inclusiva de excelente qualidade para todos!


Educação inclusiva e formação docente

Educação inclusiva e formação docente



No processo de implantação da política de educação inclusiva no Brasil são muitos os desafios encontrados, mas a falta de preparo dos professores e professoras ganha destaque quando o tema é abordado. O reconhecimento de dificuldades na formação docente para a educação inclusiva deve ser não uma justificativa para os fracassos, mas um motor para a construção de experiências bem-sucedidas onde a educação é de qualidade e verdadeiramente para todos.
A partir da aceitação da matrícula de pessoas que apresentam necessidades educacionais especiais (decorrentes de deficiências e transtornos globais do desenvolvimento) nas redes de ensino, depara-se com a realidade de muitos docentes que se sentem confusos, despreparados e incapazes para acolher esses alunos e, sobretudo, para trabalhar com propostas didático-pedagógicas que atendam às necessidades, expectativas e demandas próprias de cada um desses sujeitos da educação. 
Pressupõe-se, para o sucesso da escola inclusiva, a exigência de mudanças radicais nas suas estruturas físicas, materiais e de pessoal, em seu projeto pedagógico e gestão administrativa (MANTOAN, 2001). Assim, é possível perceber que o paradigma da inclusão pressupõe uma escola democrática, com respeito ao tempo do aluno, com a aprendizagem como centro e o estímulo ao trabalho coletivo, participativo. 
No entanto, que tipo de formação atenderia ao apelo dos professores que se sentem despreparados e desamparados no atendimento dos alunos com necessidades especiais? Quais os saberes necessários para educar a todos? Quais as diretrizes para a formação inicial e a formação continuada na perspectiva da educação inclusiva?
Na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, no Artigo 59, inciso III, ao definir o que os sistemas de ensino devem assegurar aos alunos com necessidades especiais, é apontada uma diretriz para a formação dos professores: “professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular, capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns” (BRASIL, 1996).
Aparece uma diferenciação entre professores com especialização para os atendimentos especializados e professores capacitados para atuarem nas classes comuns das escolas regulares. Acompanhando o que está posto na LDB, o documento “Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica”, de 2001 (BRASIL, 2001), traz uma definição mais detalhada dos termos professores capacitados e professores especializados e as competências de cada um.
Os professores capacitados, para serem assim denominados, devem ter uma disciplina na sua formação inicial a respeito da educação especial e educação inclusiva, e adquirir competências para perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e flexibilizar a ação pedagógica para atender as suas necessidades. Mas estas não são tarefas simples.
Uma disciplina nos cursos de formação de professores que aborde as questões relativas à educação especial e educação inclusiva, não dá conta da complexidade e da abrangência dos temas. Neste caso podemos falar de informação, mas não de formação.
A formação dos professores especializados, os que vão trabalhar nos atendimentos educacionais especializados e atender diretamente as especificidades dos alunos com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação deve acontecer em cursos específicos. Estes profissionais também devem apoiar aos professores das escolas regulares que tiverem alunos com necessidades educacionais especiais em suas salas de aula.
E quanto à formação continuada dos profissionais que estão recebendo, em suas salas de aula, os alunos com necessidades educacionais especiais? Quais os caminhos, as possibilidades de uma formação que ajude a dar conta da realidade atual?
A parceria entre universidades e escolas públicas e privadas seria um bom começo. Não no sentido da universidade trazer um conhecimento, mantendo o costume de verticalizar ações junto aos docentes em formação, mas na vertente de trabalhar junto com as instituições escolares possibilidades de construir um saber a respeito do processo de implementação da política de educação inclusiva nas escolas. Como as escolas podem receber, acolher, conhecer e planejar o atendimento das necessidades educacionais especiais dos alunos? Mas esta é por excelência uma ação coletiva. Cada seguimento da escola precisa reconhecer seu papel na efetivação da inclusão e pensar em ações que possam facilitar o processo de inclusão. Após a matrícula o que pode ser feito para receber o aluno, conhecê-lo e traçar caminhos para sua adaptação e inserção real na dinâmica da escola.
O conhecimento a respeito dos tipos de deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação com a conceituação, características e possibilidades de trabalho pedagógico, pode ser de grande valia para os profissionais da educação, mas é necessário que se considere sempre a dimensão do sujeito que apresenta essas diferenças. Assim, a discussão de casos, a socialização de experiências bem-sucedidas no coletivo da escola, também pode ser uma ferramenta de grande ajuda para toda a comunidade escolar. 
Para finalizar, é preciso reconhecer que o Brasil tem uma base de sustentação legal que deveria contribuir para que as mudanças educacionais acontecessem num processo crescente de introdução de novos conhecimentos e novas práticas. Mas algumas questões dificultam a realização do sonho da inclusão: 
1. Nas universidades, a temática da educação das pessoas com necessidades especiais ainda não é incorporada como uma discussão geral. A formação inicial se resume a uma disciplina que não consegue atender à complexidade do tema e a formação continuada precisa ser discutida e aliada a ações de pesquisas e extensão. 
2. Os alunos com necessidades especiais não são considerados, nas escolas, como alunos e sim como problemas que chegam. O foco no déficit, na falta, na impossibilidade precisa ser vencido, desconstruído, para que essas pessoas assumam seus lugares de alunos, de sujeitos capazes de aprender.
3. O poder público, no âmbito federal, estadual e municipal precisa vencer a etapa das intenções e passar às ações. Investimentos nas mudanças físicas das escolas, aquisição de materiais, contratação de professores especializados e formação dos professores em serviço necessitam acontecer em caráter de urgência.
Estas são apenas algumas situações que precisam de atenção para que a educação inclusiva não seja uma proposta irreal e sem possibilidades de se concretizar. O que vemos é uma política pública com um discurso muito diferente da prática. Essa situação de divergências e conflitos pode levar ao malogro de uma proposta democrática e justa, a ideia de uma escola que não exclui, que aceita, atende e respeita a todos.
Mudanças no campo da formação docente para a educação inclusiva podem contribuir de maneira significativa para que as mudanças nas escolas aconteçam de fato e que experiências bem-sucedidas não sejam mais exceções no nosso cenário educacional e sim a norma de uma educação democrática.
Por: Sonia Maria Rodrigues 


Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio

Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio

 


Para fazer a inclusão de verdade e garantir a aprendizagem de todos os alunos na escola regular é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com Necessidades Educacionais Especiais

O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades especiais no Brasil é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação dessas pessoas e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21, o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a escola especial- ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, nosso sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.

A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais em algum momento de sua vida escolar.

Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a aprendizagem de todos os alunos.
A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser incentivado.

Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são vistas como problemas, mas comodiversidade. É essa variedade, a partir da realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades de convivência a todas as crianças.
Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.

Ao refletir sobre a abrangência do sentido e do significado do processo de Educação inclusiva, estamos considerando a diversidade de aprendizes e seu direito à equidade. Trata-se de equiparar oportunidades, garantindo-se a todos - inclusive às pessoas em situação de deficiência e aos de altas habilidades/superdotados, o direito de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver. (CARVALHO, 2005).

Daniela Alonso 

5 ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE CONFLITOS

5 ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DE CONFLITOS



Em qualquer situação que envolva mais de uma pessoa, o conflito pode surgir. As causas do conflito gama de diferenças filosóficas e objetivos divergentes para os desequilíbrios de poder. Não gerenciado ou mal geridos conflitos gerar uma quebra de confiança e produtividade perdida. Para as pequenas empresas, onde o sucesso depende de muitas vezes a coesão de algumas pessoas, perda de confiança e produtividade pode sinalizar a morte do negócio. Com uma compreensão básica das cinco estratégias de gestão de conflitos, os proprietários de pequenas empresas podem lidar melhor com os conflitos antes que eles aumentem além do reparo.
Obsequioso
A estratégia de acomodar essencialmente envolve o lado oposto o que quer. A utilização de um alojamento geralmente ocorre quando uma das partes deseja manter a paz ou percebe a questão menor. Por exemplo, um negócio que exige vestido formal pode instituir uma política casual sexta-feira como um meio de baixo estacas de manter a paz com a classificação e arquivo. Funcionários que usam alojamento como estratégia principal a gestão de conflitos, no entanto, pode acompanhar e desenvolver ressentimento.
Evitando
A estratégia de prevenção visa adiar indefinidamente o conflito. Ao atrasar ou ignorar o conflito, o avoider espera que o problema se resolva sem um confronto. Aqueles que ativamente evitar conflito frequentemente têm baixa autoestima ou manter uma posição de baixa potência. Em algumas circunstâncias, evitando pode servir como uma estratégia rentável gestão de conflitos, como após a demissão de um empregado popular, mas improdutivo. A contratação de um substituto mais produtivo para a posição alivia muito do conflito.
Colaborar
Colaboração funciona integrando ideias apresentadas por várias pessoas. O objetivo é encontrar uma solução criativa aceitável para todos. Colaboração, apesar de útil, exige um compromisso de tempo significativo não apropriado para todos os conflitos. Por exemplo, um proprietário do negócio deve trabalhar em colaboração com o gerente de estabelecer políticas, mas tomada de decisão colaborativa sobre material de escritório desperdiça tempo melhor gasto em outras atividades ..
Comprometedor
A estratégia de comprometer normalmente chama para ambos os lados de um conflito para dar-se elementos de sua posição, a fim de estabelecer uma aceitável, se não a solução, agradável. Esta estratégia prevalece na maioria das vezes em conflitos em que as partes detêm o poder aproximadamente equivalente. Os donos de empresas empregam frequentemente compromisso na negociação de contratos com outras empresas quando cada partido está a perder algo de valor, como um cliente ou serviço necessário.
Competindo
Competição funciona como um jogo de soma zero, em que um lado ganha e outro perde. Personalidades altamente assertivas muitas vezes caem de volta na competição como uma estratégia de gestão de conflitos. A estratégia competitiva funciona melhor em um número limitado de conflitos, tais como situações de emergência. Em geral, o benefício donos de empresas de realizar a estratégia competitiva em reserva para situações de crise e as decisões que geram má vontade, como reduções salariais ou demissões.


Conflitos laborais baixam rendimento

Conflitos laborais baixam rendimento



A gestão de conflitos é uma tarefa fundamental da liderança, sobretudo quando se uma quebra na motivação e entusiasmo dos trabalhadores, o que pode provocar uma quebra no rendimento das empresas e das equipas. As pessoas tendem a dar o seu melhor quando encontram camaradagem no local de trabalho e boas condições laborais. Um ambiente de trabalho de conflito constante e de combate pode ser seriamente desmotivador para a maioria das pessoas. Esse ambiente também dificulta o desempenho de alto rendimento, que tende a exigir um esforço maior de equipas comprometidas com a visão da organização. Os conflitos, na verdade, não são maus. Por exemplo, são os conflitos de pontos de vista que muitas vezes levam a novas e melhores soluções. O que é preciso é canalizar os conflitos para direções especializadas em avaliar as coisas de forma construtiva em vez de olhar os pontos negativos. Os líderes precisam gerir conflitos de forma a produzir bons resultados em vez de criarem um ambiente de trabalho hostil e improdutivo.
Tipos de conflitos

O conflito é um fenómeno universal. Há conflitos em sala de reuniões do conselho de administração, na política, na sociedade, no local de trabalho e até conflitos pessoais. Mesmo no local de trabalho, muitas vezes podem surgir conflitos relacionados com o ego, com questões pessoais e não necessariamente com diferentes pontos de vista sobre questões específicas. As pessoas que trabalham em grupo tendem a ter diferentes origens, possuem competências diversas, viveram diferentes experiências, e isso gera conflitos, também como resultado do tipo de trabalho, diferentes pontos de vista, opiniões divergentes e personalidades diferentes. Convém não esquecer que diferentes profissionais também têm objetivos específicos a atingir, quer relacionados com o trabalho, quer a nível pessoal. Não será realista esperar uma completa ausência de conflitos num cenário de trabalho, onde na verdade, a ausência de conflitos pode até não ser desejável. O líder de equipas de trabalho deverá restringir os conflitos aos problemas, evitando focar-se nas diferentes personalidades, e incentivar a discussão saudável e a avaliação objetiva de todos os pontos de vista. O líder também deve procurar criar um ambiente onde os colaboradores não se sintam inclinados a entrar em conflitos relacionados com o ego.
Gestão de conflitos

Um olhar sobre os tipos de comportamento em gestão, que tendem a promover conflitos, pode ser útil para ajudar os gestores que se preocupam em gerir os conflitos nas suas organizações. Tais comportamentos resultam da falta de comunicação com os empregados, resultante da imposição das suas decisões, que envolvem os colaboradores na tomada de decisão, através de explicações e debates, o ambiente de trabalho tende a deteriorar-se. A falta de clareza na definição de funções, é potencial de criação de conflitos. As pessoas irão evitar algumas tarefas essenciais ou várias pessoas vão tentar fazer a mesma coisa;
O chamado “Passar a bola”, resultante de gestores procuram culpar os seus colaboradores pelo fraco desempenho ou pelos resultados abaixo do esperado, tende a deteriorar a relação com os colaboradores.

Por outro lado, a organização inadequada, provocadas pela falta de recursos, incluindo a formação, que desenvolva as suas competências ou quando as pessoas são forçadas a fazer determinadas tarefas contra a sua vontade, sem que lhes sejam fornecidos os recursos básicos necessários, normalmente desencadear conflitos.

A falta de acompanhamento do que acontece no terreno de tarefas essenciais por parte de gestores que se limitam a estar nos seus gabinetes, podem facilitar conflitos. Outro elemento que também gera grandes conflitos, são os fatores de personalidade. Juntar membros que não sabem conviver entre si, os conflitos serão inevitáveis.
Gestão de conflitos

Ser capaz de manter uma comunicação aberta e eficaz com os colaboradores, concentrar-se na formação de equipas e no desenvolvimento de trabalho em equipa são tarefas fundamentais para a gestão de conflitos no local de trabalho. Uma atenção consciente deve ser dada para evitar os fatores negativos descritos na secção anterior

AUTOR: ISMAEL BOTELHO


Gestão de conflitos uma questão de educação

Gestão de conflitos uma questão de educação



Atingir o sucesso depende do uso inteligente dos talentos, boa formação profissional, esforço individual, dedicação e foco em resultados , enfim todas as características que um Líder deve fomentar , mas infelizmente a verdadeira liderança é uma exceção , o que temos na realidade no nosso dia a dia são muitos chefes , e estes somente ajudam a acelerar conflitos. 

As empresas buscam “talentos” que sejam inovadores, pro ativos, resilientes, assertivos, auto motivados, cooperativos, dinâmicos, eficientes, empreendedores, flexíveis, leais, organizados, perseverantes, responsáveis, sinceros, tolerantes, versáteis e etcs... Além de termos um pouco de dificuldade em encontrar seres humanos assim , quando os encontramos criamos um problema , pois geramos um desconforto na empresa já que este irá questionar valores e crenças e seu superior na maioria das vezes não está preparado para enfrentar tais argumentos e o conflito se instala. 

Atualmente o maior problema nas empresas está relacionado à gestão de pessoas . 

Segundo o INSEAD (European Institute of Business Administration), instituto suíço especializado na formação de executivos, publicou recente pesquisa que demonstra como a questão cultural influencia a forma como as pessoas lidam com o conflito. Entre 2002 e 2004, o pesquisador André Laurent entrevistou cerca de 2500 executivos na Europa e nos Estados Unidos, concluindo que apenas 6% destes profissionais americanos consideram o conflito como um problema a ser resolvido. Ou seja, há uma certa homogeneização no comportamento dentro das empresas americanas. Na Suécia, o percentual cai para 4%, mas aumenta para 13% no Reino Unido e 16% na Alemanha. 

Curiosamente no Brasil, esse quadro é absolutamente diferente. Segundo a Fundação Dom Cabral, instituição brasileira que atua em consultoria empresarial de alto nível, o índice de preocupação dos executivos com o conflito no ambiente de trabalho chega a 50%, o que parece demonstrar que nossa cultura empresarial "privilegia" as situações conflitantes no dia-a-dia das relações profissionais. 

Isto ocorre devido á um enraizado sistema de motivação pelo medo que ainda impera nas empresas latinas em geral , devido á um uso errático das teorias de Burrhus Frederic Skinner , eminente psicólogo contemporâneo que lecionou nas Universidades de Harvard, Indiana e Minnesota , que em 1932 inventou a Caixa de Skinner , um aparelho que depois de passar por modificações é hoje muito conhecido e utilizado nos laboratórios de psicologia , influenciado pelos trabalhos de Pavlov e Watson, Skinner passou a estudar o comportamento operante que se baseia no ensino ou comando por recompensas e punições . Isso rapidamente migrou para as empresas e algumas delas ainda são influenciadas inconscientemente por essas teorias. Observe as regras dos seus prêmios de superação, se não são sustentados por recompensas e punições, como na Caixa de Skinner se o camundongo errar a alavanca além de não receber nenhum alimento ainda toma um choque elétrico, igual a você no final do ano , além de não receber o “bônus” ainda é repreendido pelo seu superior.

Segundo Wagner Dias, consultor especialista em inteligência emocional, aprendizagem acelerada e relacionamento interpessoal muitos líderes, gerentes e diretores ainda o medo como fator de motivação, ameaçam seus colaboradores dizendo que caso não façam o que deve ser feito, possivelmente não terão o emprego garantido e, com isso, os colaboradores acabam fazendo apenas e estritamente o que lhes foi mandado, sem questionar e muito menos inovar. Um dos seus maiores clientes adota a seguinte política: se o gerente não cumprir a meta estabelecida por três meses consecutivos ele é demitido. Imagine, então, como é o clima dentro dessa empresa. 

Quem perde com isso são as próprias empresas, que ainda engatinham na área de gestão de pessoas e acreditam que bastam recrutarem talentos no mercado para obterem sucesso, sem repensarem sua filosofia de desenvolvimento sustentável de talentos, estas estarão apenas “deixando de ganhar” e com isso diminuindo o seu faturamento, por conseguinte sua rentabilidade. 

Temos que nos lembrar que uma empresa é formada por pessoas e se estas não evoluírem a empresa também não irá evoluir , precisamos proporcionar o desenvolvimento do individuo , do ser humano, para isso necessitamos conhece-los , temos que praticar a sabedoria , essa sim uma característica fundamental no Líder do Séc. XXI.

"Ser líder é como ser uma dama: se você precisa provar que é, então você não é." Margareth Thatcher


Tao Te King
(Texto de Lao Tsu)

Aquele que conhece os outros é sábio.
Aquele que conhece a si mesmo é iluminado.

Aquele que vence os outros é forte.
Aquele que vence a si mesmo é poderoso.

Aquele que conhece a alegria é rico.
Aquele que conserva o seu caminho tem vontade.
Seja humilde, e permanecerás íntegro.
Curva-te, e permanecerás ereto.
Esvazia-te, e permanecerás repleto.
Gasta-te, e permanecerás novo.

O sábio não se exibe, e por isso brilha.
Ele não se faz notar, e por isso é notado.
Ele não se elogia, e por isso tem mérito.
E, porque não está competindo ...
... ninguém no mundo pode competir com ele.
Roberto Recinella


5 maneiras de lidar com conflitos na sua empresa

5 maneiras de lidar com conflitos na sua empresa



Conflitos acontecem quando há diferentes interpretações sobre um mesmo problema. Isso é muito comum, pois quase todas as pessoas têm percepções distorcidas de como as coisas realmente são. Em pequenas empresas, onde o convívio é mais intenso, estes conflitos são ainda mais comuns.
Quem impõe pontos de vista de maneira intransigente costuma gerar discussões com outros colaboradores, clientes e fornecedores. Confira cinco dicas para o empreendedor minimizar conflitos entre os membros de sua equipe.
1. Seja empático
Empatia é a habilidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Ela nos ajuda a compreender as razões, por mais estranhas que pareçam, que levam alguém a tomar decisões que jamais tomaríamos.

2. Ouça os dois lados
Para ser justo, é fundamental que o líder entenda os pontos de vista conflitantes entre as pessoas envolvidas antes de tomar qualquer decisão.

3. Tenha uma postura racional
Não se contamine emocionalmente quando houver discussões mais ríspidas. Mantenha a negociação no plano racional. As pessoas tendem a respeitar quem mantém o autocontrole.

4. Estimule o diálogo
Procure fazer com que as partes apresentem seus argumentos de maneira serena e de preferência embasados em dados mensuráveis, de forma que as informações dos dois lados possam ser aproveitadas em uma proposta intermediária.

5. Não se omita
Muitas vezes, o líder se retira antes de resolver o conflito. Se depois de tudo isso o impasse persistir, decida você. Às vezes, é preciso tomar partido de uma das posições e encerrar o problema, deixando claro quais os critérios levados em consideração para decidir.

Seguindo estes cinco passos, com o passar do tempo, as pessoas perceberão que, com você no comando, a negociação equilibrada sempre será o melhor caminho e os conflitos em sua empresa diminuirão muito.

Eduardo Ferraz

Lições sobre redes sociais que a TI deveria ensinar

Lições sobre redes sociais que a TI deveria ensinar

Eis como a TI pode assumir a liderança e garantir que mídias sociais sejam usadas com segurança e eficiência





Os departamentos de TI podem não ter dado o pontapé inicial no uso de tecnologias de mídias sociais nas empresas – de fato, a primeira reação de muitos foi bloquear completamente o uso da tecnologia – mas a TI pode e deve desempenhar um papel importante conforme as redes sociais passam a ser um direcionador do negócio. Um dos mais importantes elementos desse papel é garantir que o usuário final se mantenha seguro – e mantenha a empresa segura – enquanto usa tecnologias sociais interna e externamente.

“A mídia social tem grande poder, mas, como qualquer fã do Homem-Aranha poderia dizer, com grande poder vem grande responsabilidade”, disse Jonathan Sander, diretor de IAM da Quest Software. “Parte dessa responsabilidade está com o pessoal de segurança de TI, e parte está com os usuários. Facebook, Twitter e outras ferramentas são como janelas para sua organização, que se abrem com cada usuário. A responsabilidade dos profissionais de TI é garantir a segurança da organização – limitando visualizações, configurando permissões e monitorando atividade”.

Eis o que a TI deve ensinar:

1. Compreenda a política da empresa

Os profissionais de TI devem não só trabalhar com os líderes do negócio para desenvolver a política de mídia social, como devem garantir que os usuários finais estejam cientes e tenham acesso à essa política. A política de mídia social diz aos usuários exatamente o que eles podem e não podem fazer, mas é eficaz somente quando eles a leem e compreendem.

2. Se não é algo que você diria a sua mãe…

É uma lição tão antiga quanto a comunicação online em si, mas é uma que exige atenção extra na era social. “Se é uma coisa que você diria apenas sussurrando, então é algo que você jamais deve postar”, disse Sander. “Parece óbvio, mas muitas pessoas se sentem mais seguras online do que em um corredor ao ar livre. É fácil imaginar que a pessoa do outro lado da parede do seu cubículo queira ouvir o que você está dizendo. É mais difícil manter em mente a ameaça abstrata de uma pessoa externa. Mas, não se engane, a ameaça é real”.

3. Cuide de sua reputação e da reputação de sua empresa

Os profissionais de TI devem trabalhar com os usuários para ajuda-los a compreender a importância de lidar com cuidado com outras pessoas em redes sociais. Eles devem enfatizar que, mesmo que eles não estejam postando em nome da empresa em um perfil pessoal, eles são representantes por associação. “Quando você se envolve com mídias sociais, você ainda representa a empresa”, disse Cesar Vallejo, VP da Strategic Alliances. “Telefones celulares e e-mail tornaram os limites entre vida pessoal e profissional um pouco confusos. As mídias sociais podem torna-los ainda mais confusos. Não pense que seu perfil público é um reflexo apenas de si mesmo – desde que você esteja conectado a uma empresa, pode ser e será usado como um reflexo da empresa onde trabalha”.

4. Cuidado com ataques de engenharia social

Ataques sociais não são exclusividade das mídias sociais, mas elas deram aos hackers muito mais munição para agir. “A engenharia social se tornou outra ameaça comum”, disse Fred Touchette, analista sênior de segurança da AppRiver. “As redes sociais estão repletas de golpes postados em massa, que podem levar a golpes em estilo de pesquisa ou ataques de phishing. Além disso, as redes sociais podem ser utilizadas para criar uma identidade que pode ser “conhecida” da vitima, que, então, passa a ser usada para conseguir informações valiosas pessoais ou profissionais, que a vitima não daria em situações diferentes”.

5. Não existe segunda chance

“Suponha que tudo o que você postar estará lá para todos verem – para sempre”, disse Vallejo. “Uma vez postada uma foto, uma informação e, em algumas plataformas, mesmo quando você curte ou não curte uma coisa, o registro foi feito e você não terá mais controle sobre aquilo e nem como mudar. O que parece bonito ou divertido em um dia, pode ser vergonhoso no dia seguinte. Pense antes de postar ou se envolver com mídias sociais”.

6. Localização, localização, localização

Existem muitos benefícios em aplicativos de redes sociais baseados em localização, mas existem, também, perigos herdados na divulgação de seu local em qualquer momento. Isso, é claro, inclui viagens de negócios. “Sua localização importa quando você está trabalhando”, disse Sander. “Se sua trilha em mídias sociais disser onde você está, poderá revelar informações úteis para um criminoso. Da mesma forma como você se preocupa em não divulgar quando não está em casa para não ter a casa invadida, se um criminoso souber que você não está no escritório, ele sabe que pode enganar um funcionário do help desk e conseguir acesso ao seu sistema, fingindo que precisa da ajuda de um funcionário “que está viajando”.

7. É verdade, qualquer informação que divulgar pode e será usada contra você

“Phishers podem buscar por qualquer tipo de detalhe para login – não apenas aqueles ligados diretamente a suas finanças, incluindo banco e compras”, disse Richard Wang, gestor da SophosLabs US. “Contas de mídias sociais, contas de e-mail e outras podem ser usadas contra você, especialmente se você usa a mesma senha em diferentes sites”.

8. Tenha senhas fortes

Especialmente porque o Facebook e o Twitter são geralmente usados como mecanismos de login por outros sites, é importante garantir que suas senhas de sites mídias sociais sejam fortes. Use, também, senhas únicas. “Utilize senhas difíceis de adivinhar e que não sejam usadas em outros lugares”, disse Wang. “Dessa forma, mesmo que você seja vítima de um golpe, os hackers não conseguirão acesso ao seu e-mail ou contas bancárias”.

9. Cuidado com encurtadores de URL

Encurtadores de URL são usados frequentemente, porém devem ser abordados com cautela. “Depois que você clica em um URL encurtado, não aceite fazer download de nada ou rodar qualquer programa carregado pela página”, disse Vallejo. “Você nunca sabe com certeza aonde vai chegar ao clicar em um link encurtado e, portanto, deve desconfiar da página mesmo que não pareça maliciosa”.

10. Não caia em sensacionalismo

Depois de hackear contas de mídias sociais, os meliantes geralmente tentam enganar os amigos e seguidores da vítima postando links maliciosos e conteúdo com vídeos ou notícias sensacionalistas. “Esses links com notícias sensacionalistas são iscas usadas pelos meliantes”, disse Wang. “Antes de clicar em “Tal e tal estão mortos – veja o vídeo” ou “Veja o que esse cara fez quando viu que ela (preencha o espaço em branco”, acesse fontes de notícias confiáveis ou verifique os fatos para validar a informação. Além disso, tome cuidados com links que enganam no destino, como quando um “YouTube” aparece como “Youtube.com””.


Debra Donston-Mille

Selva de Pedra – até quando?

Selva de Pedra – até quando?



As grandes cidades estão se desenvolvendo a cada dia mais, como já sabemos. É um movimento que começou no início do século XX e essa modernidade tem suas vantagens e desvantagens.

Podemos citar o desenvolvimento humano, tanto intelectual quanto em qualidade de vida, como uma das vantagens desse momento. As cidades estão crescendo verticalmente, tecnologias são implementadas, a acessibilidade está em pauta, a preservação do meio-ambiente e a consciência de que precisamos tomar certos cuidados com nossas atitudes em relação ao ambiente em que vivemos é cada vez mais séria.

Hoje a responsabilidade social e ambiental tem função importante no desenvolvimento da sociedade e como exemplos do que fazer para cuidar dos nossos recursos e preservar o meio em que vivemos, as empresas modernas estão sendo mais cobradas a adotar posturas consonantes com o momento atual. Ninguém aceita mais empresas que poluem rios e soltam gases tóxicos na atmosfera sem falar nada: é um conceito geral que a mudança começa com pequenos gestos individuais, mas é grande também a responsabilidade das organizações para que utilizem os recursos de forma consciente e ajudem nessa tarefa difícil que é a consciência ambiental e a mudança de postura.

A administração pública, por exemplo, tem papel importante para atingir as diversas camadas da população levando a informação necessária e conscientizando as pessoas desde quando crianças até a melhor idade. Em alguns casos extremos, adotar políticas mais rígidas também se faz necessário, como no Rio de Janeiro, onde uma pessoa que joga lixo no chão pode ser multada em até R$980,00! O que isso significa? Que a situação é tão urgente que não havia mais soluções disponíveis do que “mexer no bolso” do cidadão (pode até parecer injusto, porém, as pessoas às vezes só mudam quando o assunto é dinheiro).

Outro exemplo interessante acontece no município de Sorocaba (SP) que realiza projetos nas escolas públicas para que os alunos dos primeiros anos aprendam a cuidar do meio-ambiente e da água, nosso bem mais precioso. Mas é claro que de nada adianta criar diversos programas com esse objetivo sem se atentar para a sequência, ou seja: os projetos devem ter início, desenvolvimento e acompanhamento, não pode ser uma coisa que acontece uma vez e depois ninguém mais lembra. É necessário dar continuidade.

Encontrei um caso interessante nos EUA, visando a eliminação de problemas com as enchentes: a remoção de calçadas para devolver áreas permeáveis às cidades. Em um primeiro momento, parece uma medida polêmica, afinal, “descalçar” as passagens de pedestres pode prejudicar a acessibilidade e assim o movimento terá resultado negativo.

Mas no caso desses americanos de Portland, Oregon, a ideia é consciente: “tudo é feito com permissão das autoridades locais, em casos de espaços públicos, ou de proprietários de terrenos”, afirma o diretor do projeto Eric Rosewall. Ele relata ainda que “somos procurados por pessoas com fome de ação. Gente que gosta do trabalho pesado e do que chamamos de ‘destruição coletiva’”.

Nesse caso, as ruas e calçadas que o movimento retira o concreto acabam virando jardins, escolas infantis, hortas comunitárias e vegetação, compondo um cenário mais vivo e permeável, ajudando a resolver problemas com enchentes escoando a água da chuva.

É claro que essa atitude, no Brasil, iria gerar questionamentos ou sarcasmos como: “nas calçadas e ruas daqui nem precisaremos retirar o concreto. Já não tem! E o que tem está horrível.” Porém, a ideia é interessante para compreendermos como podemos ajudar a melhorar o ambiente em que vivemos com simples atitudes e vontade de mudar e melhorar.

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