sábado, 30 de novembro de 2013

A influência do clima organizacional na remuneração por competência

A influência do clima organizacional na remuneração por competência

De acordo com Picarelli Filho e Wood Junior, a remuneração adquire um valor estratégico quando considerado o contexto organizacional que compreende sua estratégia, estrutura e estilo gerencial. O que é citado também que diz respeito ao fato de o indivíduo ser remunerado de acordo com um conjunto de fatores, como características pessoais e do cargo e vínculo com a organização, que afetam sua contribuição para o sucesso do negócio.

No meu ver competência, está ligado ao desenvolvimento do colaborador, além da formação acadêmica, deve-se possuir habilidades e ser capaz de exercê-las com dinamismo e foco, saber enxergar as oportunidades, ser pró-ativo ao desenvolver suas tarefas, não ficar apenas no seu escopo, aprender novos conceitos e dominar situações adversas.



Remuneração por competência – O mesmo é dado por um conjunto de competências e realização de tarefas que o profissional domina.
Nesse processo a pessoa é avaliada, analisada e recompensada em vários aspectos, dentre eles aumento salarial, levando em consideração sua capacidade de entregar-se à organização. O aumento salarial trata-se de uma recompensa por merecimento e bom desenvolvimento. Se o indivíduo se desenvolve ao assumir responsabilidades, nada mais justo que seja remunerado de acordo.

Sabemos que nem sempre as organizações agem de acordo com as perspectivas de cada colaborador, muitas vezes o mesmo é comprometido, tem um bom desempenho no trabalho, abrange resultados positivos, coordena com ênfase e responsabilidade suas tarefas, porém a organização não enxerga ou pelo menos finge não enxergar.

Esses itens citados servem para que a organização valorize o colaborador, motivando-o, e o desenvolvendo cada vez mais, diante dos aspectos que devem ser vistos.

A remuneração por competência caracteriza o profissional como parte da organização, em razão de suas competências individuais que agregam valor econômico à empresa e valor social a si mesmo.

 Maiara Trombini  


O Papel do Líder

O Papel do Líder




O estudo do papel do líder é importante para que as equipes obtenham sucesso em seus empreendimentos e por isso, a partir de uma pesquisa bibliográfica, lhes ofereço um artigo interessante sobre o assunto. É claro que o tema não se encerra por aqui, afinal, são teorias que podem ser atualizadas e modificadas de acordo com a conjuntura das organizações.

Maximiano (2009) destaca em sua obra as três ideias básicas quanto a administração de alta performance, propostas por Andrew Groveum dos fundadores e presidente da Intel: a produção, o trabalho em equipe e o desempenho individual. Segundo o mesmo autor, todo colaborador produz nas mais diversas áreas: financeiro, criação de softwares, ideias de marketing etc., o que ajuda a compreender que pensando desta forma, surge um conceito sistemático de se administrar. A partir da execução de um estudo científico, Groveelencou algumas teses aos administradores para que tenham foco em atividades com grande potencial de resultados satisfatórios para a equipe, como: compartilhar o conhecimento, delegar tarefas e acompanhar os colaboradores na execução dos processos, dedicação no planejamento para que as reuniões sejam produtivas e não exista dispêndio de tempo, nem de informações desnecessárias, entre outras (MAXIMIANO, 2004).

A figura abaixo representa bem as principais ideias elaboradas por Andrew Grove, quanto aos princípios da administração de alto desempenho:



É relevante ressaltar também, que ninguém trabalha sozinho, e é papel fundamental do administrador, orientar e conduzir uma equipe aos resultados esperados sob sua supervisão direta ou até mesmo, sob sua influência. Essa equipe só terá resultados satisfatórios a partir do momento em que todos os envolvidos, individualmente, se sintam como parte importante da missão, ou seja, “o empenho, ou desempenho, de uma pessoa na realização de seu trabalho depende de suas capacidades e sua motivação” (MAXIMIANO, 2009).

Partindo deste ponto, é interessante resgatar a obra “O Monge e o Executivo” de James C. Hunter, onde a essência da liderança é exposta de forma bastante peculiar e com uma habilidade ímpar do autor. Sabe-se, portanto, que liderança é “a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem entusiasticamente visando atingir aos objetivos identificados como sendo para o bem comum” (HUNTER, 2004).

Segundo Guedes (2008), é papel fundamental do líder, mostrar o caminho para a equipe em busca dos resultados esperados, ou seja, compreendendo que motivação é a força indispensável para que os colaboradores sejam mais produtivos e satisfeitos no ambiente corporativo, é de grande importância que existam lideranças suficientemente competentes para dar combustível a essa motivação.

Maximiano (2009) identifica que motivação e liderança estão unidas já que o líder expõe uma missão a ser realizada e os liderados podem seguir ou não, dependendo dos seus interesses e motivações para aderir à tarefa. Desta forma, o mesmo autor diferencia os liderados em dois grupos: aqueles que acreditam fielmente quanto ao que o líder propõe ao utilizar-se de fatores emocionais, por exemplo; e aqueles que aderem à missão visando recompensas de cunho psicológico (beneficiando o ego, por exemplo) ou materiais (buscando aumentos de salário, por exemplo), ou até mesmo, ambas as formas de transação.
Felippe (2006) destaca que o trabalho em equipe tem grande potencial e precisa ser bem administrado para atingir realizações acima do normal, salientando que devem existir, entre outras características: desafios, estímulos e motivação.
Portanto, para compreender melhor o papel do líder no desempenho e motivação da equipe, é interessante expor a passagem bíblica onde Jesus Cristo diz que “quem quiser ser líder deve ser primeiro servidor. Se você quiser liderar, deve servir” (HUNTER, 2004, apud, Jesus Cristo, s/d).


RCHRISTANELLI

Conflitos na equipe

Conflitos na equipe
Papéis e regras claras evitam desavenças



Conflitos desgastam os envolvidos e afetam a equipe, o ambiente de trabalho e os resultados dos negócios. Portanto, também nestes casos, prevenir é sempre melhor do que remediar. "Os conflitos dentro do time podem ter várias origens: disputa de poder, discordância sobre a visão de negócios e ciúme da atenção do líder aos outros colegas, por exemplo. Também pode haver divergências normais, resultantes da convivência diária, como as que ocorrem entre os times de marketing e vendas ou entre os operacionais e os administrativos", afirma Jorge Pereira da Costa, sócio da consultoria Roland Berger.

Por isso, segundo o consultor, o bom líder deve conhecer bem o momento da empresa, os membros de sua equipe e até mesmo a si próprio para poder antecipar e impedir conflitos. "Primeiramente, ele deve definir claramente as funções, responsabilidades e o que se espera de cada um", acrescenta.

Quando a desavença se torna aguda, seja qual for o motivo, o gestor deve tratá-la com inteligência emocional e considerar a melhor abordagem para resolver o problema. "Em alguns casos, todos podem sentar ao redor da mesa e chegar a um consenso. Em outros, funciona uma conversa individual ou ainda uma costura indireta entre as partes. Ainda em outras circunstâncias, basta falar com um dos envolvidos."

Ele ressalva, entretanto, que há princípios básicos: é preciso que exista clareza de regras e justiça, independentemente da simpatia pessoal. "Se o líder não fizer isso, cria mais confusão, guerra de poder e desmotivação", alerta.

Costa observa que, dependendo da gravidade do conflito, é preciso excluir o membro da equipe "que não joga conforme a regra". Em sua opinião, por mais competentes que as pessoas possam ser do ponto de vista funcional, elas precisam seguir os valores e a cultura de um time. Por essa razão, é mais importante o líder saber construir equipes que partilhem destes valores do que ter um time de estrelas.

De acordo com o especialista, o gestor deve conhecer profundamente os seus colaboradores, a ponto de não precisar de ajuda externa para resolver desavenças. "O líder deve ser o catalisador. Se ele não for, também é parte do problema", afirma. Costa ressalva que a solução do conflito deve envolver outras pessoas apenas quando os membros do time são escolhidos por colegiado como, por exemplo, por um grupo de executivos ou acionistas.

E no momento que o problema for resolvido, só é preciso comunicar oficialmente a equipe se durante o processo, ele tiver causado grandes rupturas. "O mais importante é que o time perceba que, na prática, que o conflito foi sanado", conclui.

Nancy Campos


Lider Coach – Mudanças comportamentais para resultados grandiosos

Lider Coach – Mudanças comportamentais para resultados grandiosos



Nosso artigo de hoje insiste em ser um tanto mais racional. Então, nada melhor do que começar com uma fórmula básica e essencial para entender a matemática da obtenção de resultados.
Entenda que Resultado = Habilidades + COMPORTAMENTOS.
Se seus resultados não estão de acordo com o que você deseja, um ou mais elementos dessa fórmula devem ser revistos. Vamos entender como essa lógica funciona.
Imagine que você está pleiteando o cargo de diretor de marketing na empresa em que trabalha. Você conhece tudo sobre a gestão da empresa e é expert nos processos do departamento (habilidades). Até aí tudo bem. Só que você percebe que uma das habilidades mais exigidas para este cargo é saber se comunicar e você não se dá muito bem em falar um público (comportamento). Então, você se matricula em alguns cursos, treina novas técnicas de oratória e dentro de alguns meses já apresenta boa desenvoltura comunicativa (nova habilidade). Você passa a apresentar essa nova habilidade diariamente nas relações em sua empresa e essa prática diária (novo comportamento) faz com que você se torne cada dia mais hábil na arte da comunicação e acaba por desenvolver ainda mais sua liderança. O diretor geral da empresa percebe esse desenvolvimento e, finalmente, depois de um ano, você alcança a diretoria de marketing tão desejada (resultado). As habilidades seriam como as ferramentas de um mecânico e o “saber como” usá-las. Já os comportamentos, o “saber quando” e efetivamente “usar” cada uma delas para consertar o carro.
É importante perceber que novos resultados são alcançados somente quando apresentamos novas habilidades e, principalmente, quando desenvolvemos novos comportamentos. Se fizermos sempre as mesmas coisas, continuaremos obtendo os mesmos resultados. A mudança bate à porta. E é preciso entender como funciona esse processo para alcançarmos resultados cada vez mais efetivos.
Mudar para quê?
Você já deve ter ouvido por aí que mudança é um processo necessário a todos. A natureza muda o tempo todo, plantas e animais se adaptam ao ambiente. Nós mesmos crescemos e nos desenvolvemos como as demais formas e, por mais que esse processo nos pareça difícil, mudamos. Mudamos de cidade, de casa, de trabalho, de relacionamentos, aprendemos novas coisas o tempo todo. Mudamos! E por que fazemos isso se mudar é tão difícil e requer tanto esforço na maioria das vezes? Não seria mais cômodo tudo permanecer do jeito que está? Pense sobre isso. O que você pensa sobre a mudança e como você encara esse processo em sua vida? Anote no papel. Declare isso para você!
> Um dos processos mais importantes e que mais nos possibilita oportunidades de desenvolvimento é compreender como você percebe as coisas e conceitos a sua volta. Dê uma atenção especial a isso.
Nosso objeto e aprendizado de hoje é sobre aquela das mais difíceis mudanças, mas que, sem sombra de dúvidas, nos traz as maiores e melhores realizações: as mudanças comportamentais. As mudanças comportamentais se aplicam a tudo aquilo que você quer desenvolver em sua vida e seria mais cômodo, sim, mas não adianta esperar acontecer. A única forma de melhorarmos nossos resultados é alterando nossa forma de agir.
Depois de entender como essas mudanças influenciam nossos resultados, vamos mergulhar em nosso cérebro e entender como funciona esse processo.
Condicione-se aos resultados!
Nosso cérebro é uma caixinha de surpresas, complexo, cheio de emaranhados, mas você sabia que sua lógica de funcionamento é mais fácil de entender do que imaginávamos? Que tal pegar as rédeas e se direcionar agora mesmo para o melhor que pode ser?
Se pararmos para analisar, veremos que o funcionamento do cérebro pode ser analisado sob uma ótica bem racional, como os computadores. Quando você dá um comando para o computador, ele fará esta ação específica. Os comandos que você der ficam registrados no banco de dados e serão utilizados posteriormente. Em nossa caixa de processamento humano esse processo é muito mais complexo, mas funciona sobre a mesma lógica. Damos comandos ao nosso cérebro o tempo todo e ele responde a cada um desses comandos com ações específicas e, da mesma forma, tais ações ficam registradas em nosso banco de dados; o que pensamos, falamos e fazemos de alguma maneira é registrado em nossa memória e esses dados serão utilizados posteriormente, influenciando as próximas ações do cérebro. Por exemplo, se você tem uma experiência traumática em sua primeira apresentação em público, seu cérebro automaticamente rejeitará a possibilidade de você se sair bem na próxima e falar em público, por um bom tempo, será sinônimo de medo e frustração.
A lógica do cérebro é ainda mais surpreendente e compreender isso é essencial para que você possa rever os comandos que tem dado a si mesmo(a) diariamente.
Desde crianças somos bombardeados por uma avalanche de informações vindas de todos os lados e, quanto mais crescemos, mais informações recebemos. São jornais, filmes, livros, TV, internet e nossas redes de relacionamento pessoal e profissional que nos oferecem tanta informação que fica quase impossível processar tudo isso. Mas o cérebro, com sua lógica especial, consegue filtrar tudo e utilizar somente o que é mais importante e elimina toda e qualquer informação que não é utilizada para abrir espaço para novos dados. Essa análise do que é mais importante é definida baseada no bando de dados que temos em nosso cérebro e nossa caixa de neurônios dá prioridades para as ações/informações que fazemos repetidas vezes. O que pensamos, falamos e fazemos com mais frequência, são priorizados por nosso cérebro e acabam por basear todas as nossas ações e comportamentos. Ok. Então tudo aquilo que é mais repetido por mim se torna mais importante para meu cérebro? O segredo está em entender essa lógica! E esses comandos podem ser tanto positivos quanto negativos.
E a fórmula é: Quanto mais damos um determinado comando, mais importante ele será para o cérebro, influenciando diretamente quem somos e os resultados que obteremos. Quanto mais comandos positivos, mais importante eles se tornarão e embasarão nossas ações.
O modelo transteorético de James Prochaska
O psicólogo James Prochaska desenvolveu um modelo transteorético que possibilita entender o processo de mudança:

·         Pré-contemplação: O indivíduo acredita que a mudança não é necessária. Para entender, ele precisa de um estímulo externo, um feedback, por exemplo.
·         Contemplação: Ele já sabe o que precisa fazer, mas ainda não sabe que meios utilizará para isso.. Nesta fase, começa a busca por modelos para se espelhar.
·         Preparação: O indivíduo quer mudar agora e já tem um plano de ações na mão. Ter pessoas para auxiliá-lo a colocar esse plano em prática é de grande valia.
·         Ação: A mudança já está acontecendo e o indivíduo segue o plano de ações se adaptando quando necessário.
·         Manutenção: Nesta fase, o indivíduo se vê diante de uma recaída e se vê desestimulado diante do processo de mudança. Buscar meios (técnicas, encorajamentos…) de superar essa fase é essencial.
·         Término: Superando a recaída, o indivíduo consolida a mudança e torna-se cada vez mais efetivo.
Nós condicionamos o nosso cérebro o tempo todo, mesmo quando não percebemos – o que acontece na maioria das vezes. Quando pensamos, por exemplo, “não vou pedir aquela promoção na empresa porque sei que não vou conseguir” ou “esses relatórios sempre acabam com o meu dia”, estamos dando comandos ao nosso cérebro para que tais coisas aconteçam. Aí não conseguimos porque acreditamos que não somos capazes e temos um péssimo dia de trabalho por condicionar nosso cérebro a isso. Muitas vezes não nos damos conta de que os resultados que alcançamos estão ligados ao comportamento que apresentamos e que esses comportamentos estão ligados aos comandos que damos ao nosso cérebro. No fim, ficamos sem entender porque nossos esforços não produzem o resultado esperado. Que tal rever esses comandos?
Efetive as mudanças agora mesmo
Muitas vezes apresentamos comportamentos que nos prejudicam sem nos darmos conta disso. Olhe ao seu redor. Quantos colegas de trabalho apresentam comportamentos improdutivos sem perceber o quanto está se prejudicando? Nós também apresentamos comportamentos como estes. E como mudá-los?
Perceba os comportamentos improdutivos: Se você não enxerga esses comportamentos em você, converse com alguém de sua confiança e esteja preparado(a) para ouvir sem ficar na defensiva. (Leia texto feedback I e II)
Dê comandos positivos ao seu cérebro: Instruções positivas nos deixam mais predispostos a adotar um comportamento produtivo.
Observe os comandos negativos que você costuma dar ao seu cérebro e modifique-os.
Faça uma lista agora mesmo: substitua os comandos negativos por comandos positivos. Por exemplo, ao invés de dizer “não tenho capacidade para pleitear esse cargo”, diga “desenvolverei as habilidades e comportamentos necessários e chegarei lá”. Leia a lista até memorizar: quanto mais você repetir novas instruções ao seu cérebro, mas condicionado a isso ele estará.
Pratique os novos comportamentos: Novos comandos levam a novos comportamentos. É preciso praticá-los repetidas vezes. Só assim você tornará esses comportamentos efetivos.
Entenda que toda mudança envolve desafio, requer esforço e dedicação, mas antes de começar a mudar, entenda porque está mudando. Quais os resultados este processo lhe proporcionará, o que você ganhará e o quanto esses resultados são importantes para você. E não esqueça: sempre assuma a responsabilidade sobre os resultados que você quer obter. Você poder ir muito além!


JOSÉ DE ASSIS

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Conflitos organizacionais

Conflitos organizacionais



Um dos grandes problemas encontrados durante a gestão, independente de ser uma organização pública ou privada consiste em observar e ouvir os setores. Ao se traçar as diretrizes, o gestor tem que buscar com os envolvidos no processo suas principais impressões sobre pontos fracos e fortes. A saúde organizacional depende do trabalho em equipe, determinar procedimentos sem conhecer os processos direciona o gestor a tomar decisões que irão prejudicar o cotidiano.
 Nenhuma verdade é absoluta, entretanto, não verificar as possibilidades antes de determinar como se darão os procedimentos adotados, é uma prova de imaturidade administrativa.  O domínio administrativo está no equilíbrio entre o dialogo e a autoridade, nenhum gestor conseguirá suprir todas as demandas internas simultaneamente sem questionamentos. Gestores medievais tomavam decisões sem consultar sua base, aumentando, com essa postura, a proporção de erros. Um gestor proativo consulta suas bases e trabalha sempre com a possibilidade de adaptação, ou seja, flexibilidade.
 De nada adiantará implantar inovações que não serão bem aceitas, ou pior, sem agregar valor real aos processos de produtos e/ou serviços oferecidos. Cabe salientar que administrar com competência não é o fundamento exclusivo da autoridade de um gestor. Porém, o profissional responsável pela gestão tem que perseguir o desenvolvimento sem que seja colocada em risco sua competência para estar à altura de melhor servir, não só à organização como também na avaliação de como obter o melhor da sua equipe. A sua autoridade moral aumentará proporcionalmente as provas que forem demonstradas do seu valor no que tange a gestão. Vieira (2010) afirma que: "Não há dúvida que o trabalho diário dos gerentes está intensamente baseado nas relações pessoais e na tranca de informações. No entanto, as relações pessoais também abrem a porta para possíveis diferenças e discórdias no ambiente de trabalho, causando dificuldades que afetam não somente o que as pessoas podem realizar no seu trabalho, mas também a sua satisfação".
O gestor, além de gerenciar e controlar os processos dentro da organização, tem que conquistar o respeito e a confiança de seus subordinados, caso contrário suas ordens serão seguidas sem questionar mesmo que seja detectado um erro no processo. Demonstrar e conquistar a confiança consiste em primordial condição para obter-se um alto nível de qualidade dentro da empresa. As políticas de comunicação têm que ser transparentes, visando à qualidade organizacional. Os conflitos organizacionais surgem da falta de diálogo, em práticas de comunicação efetivas que permitam que os processos sejam claros, tanto para o cliente externo, quanto para o externo. Dessa forma, aumenta as possibilidades de reação caso a estratégia adotada não seja a mais adequada para atender as demandas do mercado. 
A autoridade se faz notar pela inteligência de aproveitar ao máximo todo capital humano, e não apenas a qualidade da tecnologia presente nas rotinas organizacionais. Mais do que se dizer participativa, tem que ser efetivamente uma gestão participativa, sem que sejam desconsideradas as necessidades primordiais. “Os resultados provêm do aproveitamento das oportunidades e não da solução dos problemas. A solução de problemas só restaura a normalidade. As oportunidades significam explorar novos caminhos” (Peter Drucker).

Andréa de Carvalho Pereira

A difícil arte de gerir conflitos nas empresas

A difícil arte de gerir conflitos nas empresas



Não há um dia em que não tenhamos conflitos para lidar, principalmente dentro das empresas

Um cliente solicita um desconto adicional devido ao atraso na entrega de um produto. O vendedor reclama que o atraso é de responsabilidade do departamento de logística. O gerente de logística informa que o atraso ocorreu porque o departamento fiscal demorou a emitir a nota fiscal. O departamento fiscal culpa a produção, que culpa o departamento de vendas por vender acima de sua capacidade.
Não há um dia em que não tenhamos conflitos para lidar, principalmente dentro das empresas. As negociações com um cliente são uma busca de pontos em comum para que a venda aconteça. As restrições orçamentárias nos obrigam a fazer escolhas que favorecem um departamento em detrimento de outro. O governo deseja que a empresa pague mais tributos. Os sindicatos não aceitam as condições em uma negociação salarial. E isso sem falar no comportamento inapropriado de funcionários e gerentes que, por vezes, não controlam suas emoções e causam problemas de relacionamento que, se não forem sanados, geram impasses. Não é possível ser um líder empresarial, se não houver um genuíno interesse em conhecer a natureza das desarmonias e solucioná-las.
É o propósito que determina se o conflito é positivo ou não
Existe uma percepção de que conflitos são intrinsicamente ruins e, portanto, devem ser evitados. Nem sempre isso é verdade. Quando estamos diante de um problema para o qual buscamos maior quantidade de ideias para solucioná-lo, é desejável termos muitas pessoas debatendo pontos de vista diferentes. Por outro lado, as restrições de uma operação empresarial demandam velocidade e, se um desentendimento acarreta uma parada, o propósito da empresa fica prejudicado. Consequentemente é a partir desse elemento que é desenvolvida a habilidade de solucionar conflitos: o propósito.
Um gerente deve ter a resposta à seguinte questão: qual é o propósito da empresa, do departamento, da tarefa ou de uma pessoa no momento de uma discordância? É por essa razão que, em primeiro lugar, os planos estratégicos devem estar claros a todos. Se, em dado instante, os propósitos mais elevados da empresa são desconhecidos pelos profissionais, eles criarão propósitos próprios, que farão sentido para eles no âmbito pessoal, ou departamental, mas são prejudiciais à empresa. A falta de um planejamento claro é uma fonte de conflitos.
Ao considerarmos um propósito é possível avaliar a raiz de um conflito. Ela pode ser decorrente de diferentes pontos de vista de como preencher o propósito. Por exemplo, o departamento de marketing almejar aumentar o resultado por meio de mais vendas, ao mesmo tempo em que o departamento financeiro deseja impor corte de custos para atingi-lo. O critério do primeiro é aumento de receitas e, do segundo, redução de despesas. Critérios distintos são fontes de conflitos.
Você está seguro de que entendeu completamente o ponto de vista da outra pessoa?
Quando se consegue compreender o modelo mental de alguém, decompondo-o em uma estrutura que responda às seguintes perguntas: qual o propósito? Qual o plano de ação proposto? Qual o critério utilizado para a escolha do plano mais apropriado? Temos condições de comparar as ideias de duas ou mais pessoas. E então encontrar elementos que possam nos ajudar a solucionar a questão. Pessoas que debatem defendem seus planos com dados e evidências de que seu critério é o mais apropriado em um determinado momento. Isso é saudável e desejável em um diálogo para se resolver uma questão. Entretanto, quando alguém faz alguma afirmação subjetiva a respeito de algo ou outra pessoa, o diálogo deixa de ser produtivo e entramos em uma discussão.
O propósito de uma discussão é expressarmos ou nos livrarmos de uma emoção. Por exemplo: quando alguém diz "o departamento financeiro só pensa em cortar custos!" ou "marketing só faz gastar!". Nesses casos, estamos diante de afirmações subjetivas que seguramente gerarão muita emoção e nenhuma solução, por vezes, tornando uma diferença de critérios uma diferença pessoal.
Portanto, chegamos a mais um elemento importante para se gerir desentendimentos, que é o domínio emocional. O líder deve ser capaz de gerir suas emoções e a dos demais diante de uma conversa que comumente se torna áspera e muito dura. Assim, um líder maduro, provavelmente, terá melhores condições para gerir um conflito do que profissionais em início de carreira.
Os propósitos não declarados das pessoas envolvidas tornam a gestão de conflitos extremamente complexa. É a hipótese de alguém que se recuse a cooperar com certa operação porque, se o fizer, favorecerá a promoção de um concorrente ao cargo que almeja. Outro importante fator gerador de atritos é a cultura da empresa. Uma empresa que bonifica seus profissionais somente pelo aumento de vendas, seguramente provocará pressões em setores como atendimento ao consumidor, produção e supply chain. Consequentemente, isso será motivo de muitas discussões que poderiam ser minimizadas, se a cultura da organização avaliasse os profissionais em acordo com o nível de satisfação do cliente, cumprimento de prazos e clima organizacional, além do aumento de vendas. Afinal, aumentar vendas e perder cliente por mau atendimento não é uma estratégia muito inteligente.
Por tudo isso, a gestão de conflitos é um tema relevante e que deveria fazer parte da agenda de aprimoramento de competência dos líderes, por meio de coaching ou mesmo cursos especializados. Diariamente, nas organizações, inúmeras paralisações poderiam ser evitadas se essa competência fosse exercitada permanentemente.
Resultados esperados
Finalizando, ao gerir um conflito, é importante saber que temos quatro resultados possíveis: 1) o problema permanece sem solução; 2) o problema foi solucionado pontualmente; 3) o problema foi solucionado de forma a nunca mais ocorrer, e as operações da empresa se aprimoraram; ou 4) o problema, após a tentativa de solucioná-lo, tornou-se pior e causou uma quebra, que pode ser de relacionamento entre departamentos, com clientes ou fornecedores e gerar impactos negativos nos resultados da empresa.
Ao aprimorar sua competência para gerir conflitos, o líder empresarial maximiza a possibilidade de que eles se transformem em oportunidades para aprimorar as operações e, consequentemente, os resultados da companhia. Vamos em frente!
Sílvio Celestino 


Gestão de Conflito no Ambiente Organizacional

Gestão de Conflito no Ambiente Organizacional
   


1. Conceito de Conflito no Ambiente Organizacional:

Conforme Montana (2003) conflito é: “uma divergência entre duas ou mais partes sobre como alcançar as metas organizacionais”.

2. Conflito com Causas Reais e Emocionais:

Carvalhal e Cols (2006) fazem uma distinção importante em relação aos conflitos com causas reais e com causas emocionais. Os conflitos com causas reais – envolvem divergências acerca de políticas, normas, prioridades, recursos, papéis e relações entre as partes. Os conflitos com causas emocionais compreendem sentimentos negativos entre as partes, como – desconfiança, desprezo, ressentimento, medo e rejeição.
O conflito baseado em causas reais exige:
Negação
Solução
O conflito oriundo de causas emocionais exige:
Reestruturação das percepções das partes
Tratamento dos sentimentos existentes

É fundamental avaliar as consequências específicas de um conflito permanente, para compreender se ele tende a diminuir, intensificar-se ou manter-se estabilizado. Depois de feita a avaliação da situação de conflito, o mediador e uma ou ambas as partes deverão procurar conhecer as causas que levantam à quebra da estabilidade.

3. Formas de Intervir

Mediação: É um processo de autocomposição das controvérsias, usada quando as partes esgotam a negociação direta. Nesta situação, pode ser útil a ação de um terceiro facilitador. Por meio de uma série de procedimentos específicos, o mediador estabelece um relacionamento funcional, identifica os interesses das partes, constrói um conjunto de alternativas de solução e propõe as opções mais adequadas.

Conciliação: Como abordagem alternativa, requer do conciliador um conjunto de habilidades de investigação e de ouvinte. A imparcialidade é necessária para que, seu coagir as vontades das partes, o terceiro as convença das vantagens de alcançarem um acordo que, mesmo não sendo totalmente satisfatório, poderá limitar o conflito e minimizar perdas.

4. Como Gerenciar Conflitos?

Três formas de intervir visando gerenciar conflitos são utilizadas de maneira corrente, a saber:
Intervenção Estrutural: é impedir que o conflito ocorra, ou mantê-lo dentro de limites, modificando as condições antecedentes que o produz.
Intervenção no Processo: envolve ações (mediar, colaborar, confrontar) durante o episódio de conflito, ao invés de mudança nas condições antecedentes.
Intervenção Mista: Envolve o uso de intervenções tanto estruturais quanto de processo. Ex: estabelecer regras, organizar grupos de trabalho, criar papéis de ligação e atribuir papéis integradores.

5. Estratégias de Gerenciamento de Conflito

A maneira pela qual um conflito é resolvido irá influenciar os resultados – construtivos e destrutivos – que ele produz e, portanto, os futuros episódios de conflito.
As estratégias que permitem enfrentar o conflito podem ser agrupadas em três categorias, a saber:
Estratégias Ganha - Perder: usando vários métodos, uma das partes consegue vencer o conflito, atingindo seus objetivos e frustrando a outra parte na sua tentativa de atingir seus objetivos. Desse modo, uma parte ganha, enquanto a outra perde.
Estratégias Perder - Perder: está estratégia não satisfaz objetivamente nenhuma das partes envolvidas no conflito. Ambas perdem.
Estratégia Ganhar - Ganhar: as partes conseguem identificar soluções bem-sucedidas par os problemas, permitindo que ambas atinjam seus objetivos desejados. O êxito, tanto no diagnostico como na solução, faz com que ambas as partes ganhem ou ambas vençam.

6. De que forma o Analista de RH pode gerenciar Conflitos?

Proporcionar uma negociação entre os subordinados e a direção da empresa. Conciliar as metas organizacionais com os interesses individuais.
Estimular a auto-reflexão através de um FEEDBACK participativo que possibilite aos empregados exporem o que sentem e proporem soluções para o clima organizacional.
Excluir FEEDBACK negativos.


Rosana Adriano

terça-feira, 19 de novembro de 2013

STRATEGIC SOURCING: A TRANSFORMAÇÃO ESTRATÉGICA DAS EMPRESAS COMPRADORAS


STRATEGIC SOURCING: A TRANSFORMAÇÃO ESTRATÉGICA DAS EMPRESAS COMPRADORAS





INTRODUÇÃO

O desenvolvimento da atividade de Compras/Suprimentos nas empresas compradoras atravessou diferentes estágios na direção de uma maior sofisticação do setor. O primeiro estágio foi caracterizado pela pouca agregação de valor realizada pelo departamento responsável pelas aquisições de bens e serviços nas organizações. Nesta fase, os requisitantes internos realizavam quase todas as atividades associadas à negociação da obtenção, deixando para o setor de Compras ou Suprimentos apenas a operacionalização da transação, consistindo de emissão da ordem de compra, acompanhamento da entrega e escrituração de contratos cujas cláusulas eram previamente acertadas entre o setor interno requisitante e o fornecedor.

No segundo estágio, as aquisições passaram a ser conduzidas integralmente pelo departamento de Compras ou Suprimentos. As comunicações com os outros departamentos e usuários passaram a ser incentivadas para melhor entendimento das necessidades do cliente interno. Começa a surgir nesta fase a preocupação com redução de custos, tanto do comprador como do vendedor, propiciando iniciativas de enxugamento do processo de cotação, otimização do fluxo logístico, comprometimento das encomendas colocadas junto ao fornecedor e informação antecipada aos fornecedores sobre previsões das necessidades de bens e serviços.

A terceira fase é marcada pela maior participação do cliente interno nas aquisições realizadas, garantindo que todos os aspectos técnicos e do custo total de propriedade fossem adequadamente considerados. Ainda nesta fase, o setor de Compras ou Suprimentos deu início à prática de suportar a estratégia competitiva da empresa através da adoção de técnicas, métodos e atividades que ofereciam fortalecimento na posição competitiva da empresa.

No quarto e último estágio, procedeu-se a total integração de Compras ou Suprimentos com a estratégia competitiva da empresa, com a real caracterização do seu papel estratégico na organização. Compras passa a constituir parte de um esforço conjunto com as outras funções correlatas para formular e implementar um plano estratégico no nível departamental decorrente da estratégia da empresa, além de, também junto com as outras funções, influenciar a formulação da estratégia da empresa numa relação recíproca. Em outras palavras, as atividades e estratégias definidas para a função Compras ou Suprimentos buscam suportar a estratégia competitiva da empresa e, ao mesmo tempo, serem derivadas dela.

O surgimento do strategic sourcing parece ter acontecido na segunda metade do terceiro estágio descrito acima e emergiu como mecanismo de implementação de conceitos estratégicos, pavimentando o caminho para o último estágio de desenvolvimento estrutural do setor de Compras/Suprimentos nas organizações.

Este texto, dividido em duas partes, desenhará um panorama da metodologia do strategic sourcing, mostrando seu nível de implementação nas empresas brasileiras, maturidade desta prática, razões para seu uso e motivos para não usá-la, e, quando possível, comparará o ambiente brasileiro com outros cenários no exterior.

DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE STRATEGIC SOURCING

Ainda não existe, na literatura que trata do assunto, uma convergência entre os autores sobre uma definição padronizada a respeito do que seria o strategic sourcing. As duas perspectivas apresentadas a seguir procuram preencher esta lacuna.

Olhando para um lado mais simplista, podemos dizer que o strategic sourcing pode ser entendido como um processo estratégico de compras/suprimentos que tem por objetivo identificar os fornecedores que ofereçam os melhores benefícios à organização compradora e o estabelecimento de diferentes estratégias de relacionamento com estes fornecedores.

Por outro lado, pode-se também dizer que o strategic sourcing é representado pela interação dos dois macroprocessos configurados na Figura 1.



O lado direito da Figura 1 indica que o sourcing possui uma interação grande com o mercado fornecedor e diz respeito a toda atividade que imprima inteligência ao processo de compras. Através do sourcing os grupos de estudo dos diversos itens avaliam o mercado fornecedor em profundidade, segmentam estes itens em categorias, estabelecem estratégias de compras, contribuem para a seleção dos seus fornecedores e estabelecem as características da gestão do relacionamento com os mesmos.

Já o lado de procurement da Figura 1 trata das questões tradicionais de Compras através do exercício de atividades diárias de coordenação das requisições recebidas dos clientes internos, elaboração e administração de contratos, acompanhamento dos pedidos colocados juntos aos fornecedores e do seu gerenciamento.

Na prática, o strategic sourcing é a conjugação dos dois lados da figura, onde a inteligência do sourcing cria condições para um melhor desempenho das atividades de procurement. Esta configuração convida os executivos a deixar de pensar em termos do atendimento das necessidades imediatas da sua empresa e incentiva a condução das aquisições de bens e serviços sob uma perspectiva de longo prazo, considerando-se todos os fatores envolvidos nas decisões do negócio. Desse modo, diferentes opções são criadas e analisadas em uma perspectiva holística.

USO DO STRATEGIC SOURCING NAS EMPRESAS BRASILEIRAS

Muitos são os benefícios obtidos com a implementação desta metodologia. A lista de vantagens alcançadas com as experiências das empresas que reestruturaram seus departamentos de compras como desenhado na Figura 1 contempla realizações como as citadas a seguir:

Redução de custo nos produtos e serviços comprados, testemunhado por muitas empresas que chegaram a obter até dois dígitos de média de redução no custo desses itens;

Padronização dos processos devido à formalização das rotinas, que passaram a ser documentadas;

Redução do tempo de ciclo de atendimento das requisições dos clientes internos;

Maior uso de equipes multifuncionais, permitindo a participação dos setores da organização no processo decisório de Suprimentos;

Maior conhecimento do mercado fornecedor;

Melhoria de qualidade;

Acesso a tecnologia de ponta;

Melhoria no tempo de entrega dos fornecedores;

Aumento de disponibilidade quando existir escassez de fornecimento;

Racionalização da base de fornecedores;

Melhoria no relacionamento interno e externo do setor de Compras das organizações. No segmento interno, através de maior integração com os demais setores, e, no ambiente externo, através de melhor comunicação e entendimento com os fornecedores.

Para atestar o nível de implementação do strategic sourcing nas empresas brasileiras e verificar a intensidade da realização de alguns dos benefícios acima relacionados, o Instituto ILOS realizou uma extensa pesquisa entre um grande conjunto de empresas situadas no Brasil, contendo as características descritas a seguir.

A pesquisa utilizou o universo das empresas classificadas entre as mil maiores e melhores empresas, publicadas na revista Exame. Deste universo resultou uma amostra de 95 organizações que decidiram participar da pesquisa e que responderam ao questionário, número considerado válido para suportar as análises estatísticas.



O faturamento médio das empresas componentes da amostra foi de R$ 3,5 bilhões e estas pertenciam a 15 diferentes setores da economia, conforme descrito abaixo:

Agronegócio;

Alimentos e Bebidas;

Automotivo e Autopeças;

Comércio varejista;

Construção e Engenharia;

Farmacêutico, Higiene, Cosméticos e Limpeza;

Máquinas e Equipamentos;

Material de Construção;

Mineração;

Papel e Celulose;

Químico e Petroquímico;

Serviços;

Tecnologia e Telecomunicações;

Têxtil, Couro e Vestuário.

A pergunta que chamou bastante a atenção do autor foi aquela destinada a investigar se as empresas utilizam ou não o strategic sourcing. O resultado encontrado foi que 46% dos entrevistados não utilizam esse processo estratégico de aquisição dos bens e serviços. É interessante observar que este resultado é muito semelhante ao encontrado dois anos antes, quando - em outra pesquisa do instituto ILOS, destinada a desenhar um panorama da gestão de Compras & Suprimentos no Brasil - concluiu-se que, em média, metade das empresas instaladas no país não utilizava o strategic sourcing.

Quando se procura entender que setores utilizam com maior ou menor intensidade esta metodologia, o resultado é que segmentos da economia como Máquinas e Equipamentos; Farmacêuticos, Higiene, Cosméticos; Metalurgia e Siderurgia; Papel e Celulose e setor Automotivo e Autopeças apresentam elevados índices de utilização. Por outro lado, setores como Agronegócio e Alimentos e Bebidas apresentam índices pouco expressivos, indicando que ainda possuem empresas que estão puxando a média para baixo e que, então, têm um grande caminho a percorrer na direção de maior sofisticação nos processos de aquisição de bens e serviços. Veja quadro completo na Figura 2.

Em continuidade às observações apresentadas, podemos aprofundar nossa análise olhando para o conjunto de empresas que utiliza a metodologia, buscando-se investigar a maturidade dos processos de strategic sourcing até então implementados. O quadro delineado na Figura 3 nos permite algumas observações interessantes - poucos setores, ou seja, 16% do total da amostra que usa a metodologia, estão na faixa de mais de cinco anos de emprego desta forma de proceder suas aquisições. Quase 50% possuem menor tempo de utilização, posicionando-se na média de dois anos. Este panorama reflete a pouca experiência das empresas brasileiras no uso da metodologia quando comparamos com outros países, como veremos adiante.

A figura 4 retrata o resultado de pesquisa conduzida nos seguintes países: Áustria, Bélgica, Croácia, República Checa, Dinamarca, Inglaterra, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Índia, Irã, Irlanda, Israel, Itália, Quênia, Holanda, Nigéria, Polônia, Romênia, Rússia, Arábia Saudita, Eslováquia, África do Sul, Espanha, Suíça, Suécia, Turquia e Emirados Árabes, totalizando 230 empresas entrevistadas, em que 72% da amostra alegaram possuir o programa de strategic sourcing formalizado e operando normalmente. 8% da amostra afirmaram que já estava tudo pronto para o programa entrar em execução em doze meses a partir da data de realização da pesquisa. Desse modo, somente 20% do total da amostra não possuem qualquer iniciativa de strategic sourcing, o que é bastante diferente do número que encontramos na pesquisa brasileira.



Tomando-se como referência somente aquelas empresas que possuem a metodologia, observou-se que 36% já a empregam há mais de cinco anos e outros 36% estão na faixa entre dois e cinco anos de utilização.

Ao compararmos os números registrados nas Figuras 3 e 4, concluímos que as iniciativas de strategic sourcing no Brasil ainda são recentes e com pouca intensidade. Na segunda parte deste artigo, o autor faz uma investigação das possíveis razões deste cenário.


CONCLUSÃO

Até este ponto do desenvolvimento desta primeira parte do artigo, é possível resumir algumas conclusões sobre o universo de empresas que adotam o strategic sourcing e seu nível de maturidade.

A pesquisa do ILOS demonstrou que cerca da metade das maiores empresas brasileiras ainda não adotam esta metodologia nos seus processos de obtenção dos bens e serviços e a maioria das que já implantaram esta iniciativa começou há pouco mais de dois anos. Isto reflete o grande espaço ainda existente para realização do processo de transformação das nossas empresas, tendo como marco a introdução de uma iniciativa que coloca o setor de Compras/Suprimentos em uma posição estratégica dentro das organizações.



Ataíde Braga