CULTURA DE "SECURITY" NAS EMPRESAS
Muito se fala em cultura de Segurança
Patrimonial (Security), no entanto, pouco se mostra como fazer para
aculturar os empregados e, quando o fazem, tampouco se divulgam os resultados
esperados e obtidos.
Também ouço muitas reclamações de gestores da
área ou não, de que a empresa X ou nas organizações Y e Z, não há cultura de Security;
no entanto, observa-se que estas mesmas pessoas pouco fazem para mudar o
status.
Dessa forma, recomendo adotar, utilizando a
criatividade, um programa, que deve ser anual, planejado estrategicamente,
estruturado e estendido a todos os empregados diretos, indiretos e visitantes.
No planejamento estratégico do programa
deve-se considerar que Segurança é Responsabilidades de Todos, portanto,
deve-se utilizar como base de dados fundamental a missão, visão, valores,
código de conduta e ética da empresa, alinhando com o objetivo de negócio da
empresa.
A seguir listo alguns exemplos de medidas de
conscientização para fazer parte do programa de implantação e implementação; e
para os casos em que a segurança for rotulada como repressiva recomendo a
adequação.
1) Impreterivelmente
a integração de Segurança Patrimonial deve ser o primeiro item, considerando
que atende a todos, que de uma forma ou de outra prestarão serviços na empresa.
Neste item recomendo uma lista de presença para arquivo no prontuário do colaborador
de responsabilidade do RH e arquivo da Segurança Patrimonial. É de bom tom
entregar a cada participante uma espécie de livreto contendo as regras e
normas. De modo geral a integração trata de evidenciar o que pode e o que não
pode com base no manual de conduta, ética e regras gerais da Companhia.
2) Adotar
a divulgação semanalmente de dicas de segurança em informativo próprio ou do RH
é uma forma direta de dar o recado. Exemplo: Ao perceber estranhos no entorno
da empresa ou pessoas em atitude suspeita, comunique imediatamente a Vigilância
Patrimonial.
3) Outra
maneira de conscientizar os colaboradores da empresa são dicas de Security nos displays
das mesas no restaurante ou refeitório, podendo ser um tema diário ou semanal,
revezado com os temas do informativo. Exemplo: Ao constatar a perda do seu
crachá, informe imediatamente a Vigilância Patrimonial. As dicas também podem
tratar dos seguintes temas: Achados e perdidos, furto, utilização de uniforme,
cuidados com os pertences, segurança no trajeto, segurança no lar e as
tecnologias, segurança da informação, conversas no restaurante, entre outras.
4) A
SISP – Semana Interna de Segurança Patrimonial, é uma boa forma de contribuir
com a cultura de Security dos trabalhadores. Como exemplo, podemos escolher uma
fábrica que tenha três turnos e definirmos que serão 5 temas revezando em dois
horários por turnos. Os temas devem ser relacionados com as necessidades da
organização, de tal forma que atendam as mais imediatas e reforcem os valores
da empresa. Preferencialmente os palestrantes devem ser externos, por conta da
imparcialidade. Podem-se distribuir brindes aos participantes, como forma de
agradecimento pela presença. É importante também homenagear o palestrante com,
no mínimo, um certificado de presença. A SISP pode ser anual, igualmente à
SIPAT e semana da saúde, entre outras. Também deve-se disponibilizar a lista de
presença.
5) Implantar
o DSP – Diálogo de Segurança Patrimonial, é também uma forma de esmiuçar um
tema ou procedimento que, por vezes, é pouco divulgado ou pouco compreendido
pelos colaboradores, gerando um desgaste para todos. O DSP pode ser quinzenal
ou mensal, dependendo do apetite por endomarketing ou estrutura do time de
gestão de Security. Um exemplo de DSP é informar aos colaboradores a
diferença entre roubo e furto e como identificar um caso ou outro na empresa. A
divulgação ou treinamento podem ser feitos diretamente por Security ou
pelos gestores da fábrica ou similar com lista de presença.
6) Recomendo
implementar todas sugestões de forma gradativa, utilizando como norteador o
calendário de feriados. Exemplo: No carnaval pode-se utilizar a seguinte dica:
Mantenha a bolsa na frente de seu corpo e carteira e celular no bolso da
frente, quando for aos bailes e desfiles.
Um indicador que pode ser utilizado como
balizador do sucesso das sugestões para fortalecimento da cultura de Security
é o IOSP – Indicador de Ocorrência de Segurança Patrimonial. Com a utilização
deste indicador, você pode demonstrar os resultados e evolução das ocorrências
como, por exemplo, o aumento da comunicação de delitos ou a baixa de devolução
de objetos achados. Na prática é possível perceber a melhora de postura das
pessoas em relação ao tema Security, com engajamento e sensibilidade
evidenciados pelas denúncias ou pesquisas de clima/satisfação dos
colaboradores.
Conforme o contexto, altera-se o programa, a exemplo
do aumento repentino de arrombamento de armários nos vestiários. Neste caso é
crucial tomar uma medida rápida de correção e conscientização das pessoas.
De modo geral existem outras
formas de criar valor de Security, conforme apresento abaixo:
Na abertura de reuniões, iniciar sempre com
uma dica de Security, preferencialmente relacionada ao tema da reunião.
Podem-se utilizar banners em locais
estratégicos com as mensagens prioritárias.
Nos quadros de avisos, afixar informativos
para assuntos de Security relacionados com a área.
Utilizar diretriz para visitantes,
entregadores, entre outros, nas portarias e recepções.
Outra forma de divulgação
são mensagens no desktop.
Cartão de estacionamento. Check list dos motoristas.
Todas as sugestões
relacionadas neste artigo podem ser locais ou corporativas, considerando o
tamanho físico da empresa, número de funcionários, localização, ocorrências e
estratégias adotadas. Pode ser aplicada em uma operadora logística, indústria
química, condomínio residencial ou empresarial, shopping, lojas de departamento,
entre outras formas de negócios.
Segurança empresarial é
responsabilidade de todos; portanto, o exemplo deve ser dado por todos
indistintamente, do presidente ao operário.
Vale ressaltar que este
artigo não tem a pretensão de esgotar o tema e nem ensinar aos especialistas em
comunicação empresarial como fazer endomarketing, mas sim, apenas apresentar
algumas formas simples, indo direto ao assunto.
Por fim, é importante
considerar na elaboração do programa, as diretivas constantes nas normas da família
ISO 26000, ISO 27000, ISO 31000, ISO 28000, entre outras.
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